quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Nunca percebi se foi Maomé que foi até à montanha, ou se foi a montanha que foi ter com Maomé.

"Um pão com manteiga e uma chamuça se faz favor!"

Foi este o mote para, após um período de introspecção interna, o que seria se ela fosse externa, me expor de forma nua, e porque não civil, que desse a conhecer não o meu eu mas antes o meu outro eu.

Numa das muitas manhas passadas à frente do "meu" portátil, que de meu tem muito pouco senão um username e uma password que os gajos da informática sabem, e após inadiáveis atrasos e desculpas, que me prometi a dar, não asas mas antes pernas, a uma pequena incursão num mundo que não é assim tão paralelo, que não é assim tão transcendente, que não é assim tão estranho, que afinal de contas não é assim tão meu.

A minha vida e o meu Mundo chocam poucas vezes. Não porque seja uma pessoa simples. Não o sou. Mas antes porque simplesmente a fronteira que os separa è demasiado ténue - aquela "thin red line".

Das ferramentas facultadas para a criação de um blogue (doravante abreviadamente designado por "blog"), tive de escolher entre tipos de letra, cores, formatação, opções de visualização, organização dos seguidores e disposições no ecrã. Mas que grande pincel. Pensei por momentos ser mais simples escrever e publicar um livro, desde que o mesmo não seja vendido na Byblos (piada parva).

Tendo preenchido todos os requisitos, quase como se tivéssemos perante as figuras esteio do direito civil, como a "Gestão de Negócios" (vide arts. 464.º e seguintes do Código Civil[1]) ou o "Enriquecimento sem causa" (vide arts. 473.º e seguintes do mesmo diploma), nos quais os requisitos são extensos e sujeitos às mais diversas flutuações interpretativas, prometi-me a escrever, como breve introdução, o porquê de um determinado projecto.

Apesar de não ter apresentado nenhuma razão válida, frustrando por completo o propósito a que me propus, silenciar-me-ei, pois não quero incomodar os dois leitores mais assíduos deste blog, eu, e o meu outro eu.

Obrigado.

Brendon

P.S. - não podia terminar sem dizer algo para que os que lerem isto, pois só eles saberão, mais do que ninguém, o que é..."amigos vocês são tudo"

[1] Escrito por Antunes Varela e Pires de Lima, e mais uns quantos que nunca niguem soube, os quais vivem na sombra de dois ecléticos Homens.

5 comentários:

  1. A PROMESSA DESSE SILÊNCIO PORVENTURA PADECERÁ DO TEU CRÓNICO PROBLEMA ALZHEIMERIANO, MAS ESPERO QUE ENTRE O EUFRATES E O TIGRE, SE ENCONTREM OS TEXTOS BÍBLICOS DE SAM

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  2. Palhação,

    É sempre bom saber que um ménu pão com manteiga e chamuça (onde, já agora?) te transportam para outros sítios.

    Uma saudação ao teu eu alternativo? e que ele apareça mais vezes.

    Vê lá se este teu eu não pode dispensar os latinismos e outros intróitos jurídicos: a thin red line é, de facto, ténue meu amigo.

    Forte abraço

    Manel

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  3. meu querido!!!
    adorei esta novidade de tu teres um blog...já so falta o outro mano tambem fazer um!
    depois de ti,ja nada me espanta...
    fico a espera de mais!!!
    beijinho
    J.

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  4. Amigo!
    É com grande satisfacao que leio esta tua primeira entrada no mundo dos diários digitais!É bom deixar os dedos veguear pelo teclado a despajar o que, tanto um como o outro "eu", normalmente nao diria...
    Nao te posso dizer o que fez Maomé, mas quanto a mim, prefiro ser eu a ir até à montanha... (mais uma gracola!)
    Grande abraco!

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  5. Filipe, certamente que em breve também o Sam fará parte do meu imaginário bloguiano, no entanto Manuel, tanto os meus latinismos como os intróitos jurídicos apenas reflectem o que porventura tu desejes que eles reflictam. Joaninha, só a tua força é suficiente para aguentar com os moralismos de Manuel. E Nuno, meu amigo, também eu espero um dia conseguir ir á montanha e não falar com Maomé mas antes falar com ela...

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